quarta-feira

.Baron of the Dead.

Como foi dito no post anterior, Papa Ghede (ou Baron Samedi) é um dos Loa mais conhecidos. É sempre ivocado no Dia dos Mortos no Haiti. Se tornou tão popular por ser o Guardião dos mortos e das crianças que sua imagem é muito usada também como fantasia de Halloween.




Representação do Papa Ghede mais tradicional:




Ilustração do Baron Samedi no México:

Dr. Facilier, vilão do filme "A Princesa e o Sapo" (Disney) inspirado no Papa Ghede:


Zombie Priest, vilão da HQ The Goon:


Fantasia de Halloween do Baron Samedi:



Mais uma fantasia do Baron Samedi, agora com um fantasiado de George Romero:


domingo

.Loa of the Dead.

Os Loas são espíritos ou divindades Vodu que agem como intermediários entre o homem e Deus. São adorados e respeitados por seus poderes significativos e possuem, cada um, tanto forças positivas quanto negativas. Cada Loa possui uma função e é representado por um símbolo.

  • Legba: Um Homem de idade que guarda as ecruzilhadas e controla a travessia de um mundo para o outro. Deve ser saudado cada vez que um serviço ou alguma atividade com um Loa começa. É o símbolo do sol, da luz do dia e dos espíritos positivos, porém, quando "monta" alguém, os membros da pessoa são completamente retorcidos.



  • Kalfu: Também controla a encruzilhada, porém comanda as forças do mal do mundo espiritual. Ele permite a passagem da má sorte, da destruição, do infortúnio, da injustiça. Kalfu controla os espíritos malígnos da noite, é alto, musculoso e as pessoas não falam em sua presença.





  • Ogoun: É o guerreiro, representa o poder e a militância. Ogoun é o Deus do fogo, sua arma é a espada e sua cor é o vermelho. Gosta de ser saudado com Rum, que é muitas vezes jogado no chão.


  • Agwe: Soberano do mar, controla toda a fauna e flora marinha, assim como os navios que navegam no mar. O serviço de Agwe é bastante diferente dos outros, pois é no próprio mar. A barca é preparado com os alimentos favoritos do Agwe, incluindo champagne. Esta barca flutua então sobre onde acredita-se que o mundo subaquático sagrado existe. Se a barca afunda, então Agwe aceitou o sacrifício e protege os interesses de quem o preparou. Se o barco a flutuar de volta para a praia, então o serviço teria sido recusado e a pessoa teria que pensar em um outro modo de agradar Agwe.

  • Erzulie: É a loa da beleza, da capacidade de sonhar, da habilidade artística para criar. Quando monta em alguém, gosta de tomar banhos, vestir-se com seda, comer, beber e dançar graciosamente.

  • Dumballah Wedo Dumballah: É a figura paterna. É um pai amoroso, benevolente e inocente. Não se comunica bem, como se sua sabedoria fosse muito distante de nós. Sua presença é reconfortante e parece irradiar uma sensação de otimismo em todos. Dumballah é a sepente e a oferta especial para ele é o ovo.

  • Ayida: A contraparte feminina do Dumballah, seu companheiro, é Ayida. Ela é o arco-íris. Juntos, eles são as forças unitárias da sexualidade humana.

  • Papa Ghede (Baron Samedi): Sempre vestido de preto. Controla o acesso a tudo na vida após a morte. É também o Deus do erotismo e, quando monta alguém, destaca pessoas que se fazem passar por puritanas, contrangendo e ridicularizando-as. Também é chamado de Baron Samedi que, nesse caso, é a morte. Ghede é Guardião do cemitério e do contato primário com os mortos. Tem poder sobre os zumbis e decide se a pessoa se transformará ou não. É também quem cura (ou não) doentes e decide se eles vivem ou morrem. É protetor também das crianças, pois tem um carinho especial por elas e não gosta de vê-las doentes ou de deixá-las morrer.

  • Maman Brigitte: Considerada esposa de Baron Samedi, desempenha o mesmo papel do esposo. Quando uma mulher é possuída por Maman Brigitte, costuma beber rum com pimenta muito quente e, quando há suspeitas de falsa possessão, a mulher que recebe Maman Brigitte deve passar pimenta haitiana quente na pele e nos órgãos genitais de um cavalo para comprovar ser realmente a Loa

quarta-feira

Voodoo of the Dead

Como já foi Dito, a crença popular haitiana sobre os zumbis vem do Vodu, religião de origem africana que é bastante praticada no Haiti.Assim que foram colonizadas, as ilhas do Caribe logo se tornaram local de interesse para plantações de açúcar, café e índigo. Para que obtivessem lucro, os donos das plantações usavam de mão-de-obra escrava Africana.
Muitos desses escravos eram praticantes do Vodu, porém, o código de escravatura das ilhas exigia que fossem batizados como cristãos, fazendo com que fossem obrigados a esconder seus costumes religiosos.A influência que essa mudança teve sobre o Vodu foi enorme. Os escravos "pegaram emprestado" diversos elementos da religião católica como disfarce para proteger suas raízes. Os nomes dos Santos tornaram-se nomes de Loas que são os espíritos do Vodu.
Muitas vezes, eram usados os Santos que tinham o mesmo papel dos Loas, como São Pedro, que é guardião das chaves do Céu, foi substituído pelo Loa Papa Legba, o guardião dos portais do mundo dos espíritos. Assim também foi feito com os feriados santos, que viraram dia de comemoração para seu Loa correspondente.




As cruzes cristãs viraram símbolo das encruzilhadas, que representam escolhas que mudam a vida e marcos no percurso espiritual dos seguidores do vodu. Os hinos e orações católicas também foram introduzidas nos rituais Vodu.Os rituais são sempre marcados por possessões, onde os possuídos são, muitas vezes chamados de "cavalos" que são "montados" pelos espíritos. As pessoas possuídas agem de maneira estranha, falam líguas antigas e muitas vezes se machucam como prova do poder dos Loas.Alguns rituais são marcados por sacrifícios de animais, música e danças, as pessoas tocam diversos tipos de tambores, sinos e chocalhos. Os altares abrigam diversos objetos rituais, tais como garrafas decoradas, bonecas ou cabaças repletas de oferendas de comida. Os devotos usam as bonecas como forma de contactar Loas específicos, ou o mundo espiritual em geral, e não para infligir dor e sofrimento a terceiros.


Representação do boneco ou efígie.


Objetos rituais de Vodu vendidos em Porto Príncipe, Haiti.

terça-feira

"Classics of the Dead"

É inegável o sucesso de filmes de zumbi. Todo o terror e a agonia de ter aquelas criaturas que um dia foram nossos amigos, parentes e vizinhos nos caçando gera fascínio no público por todo o mundo.
George A. Romero é um diretor conhecido por ter tornado esse gênero popular quando lançou na década de 1960 o filme "Night of the Living-Dead" (lançado no Brasil como "A Noite dos Mortos-Vivos"), que é conhecido até hoje por ser um clássico do horror, influenciando vários outros filmes e a indústria cultural em geral.

O filme se passa na Pensilvânia e conta a história de sete pessoas que, diante de uma infestação zumbi, tentam sobreviver em uma casa de fazenda na reagião rural durante uma noite. Os envolvidos, em sua maioria, são desconhecidos e além de enfrentar os mortos-vivos, enfrentam-se uns aos outros por divergências de pensamentos. Por fim, o "líder" do grupo, um homem negro chamado Duane, é o único sobrevivente ao amanhecer, porém é morto com um tiro na testa ao ser encontrado por caçadores caipiras que o confudiram com uma das criaturas.
É interessante pensarmos o desfecho dessa história na época em que ocorreu, visto que os líderes negros norte-americanos Malcom X e Martin Luther King foram assassinados, respectivamente, em 1965 e 1968.



O segundo filme da série é o "Dawn of the dead" ("Zumbi: O Despertar dos Mortos"), lançado em 1978, mostra o mundo em caos com a infestação zumbi já em modo avançado. Os protagonistas, três homens e uma mulher, fogem pelo país com o helicóptero da emissora de TV onde trabalhavam e acabam por pousar em um Shopping Center, onde tentam sobreviver em meio aos zumbis que por lá estão.
Já no início do filme, um prédio habitado por hispânicos e afro-caribenhos é invadido por uma equipe da SWAT com a justificativa de que os moradores se recusavam a obedecer a lei e entregar os mortos para serem completamente eliminados.
Isso expõe o preconceito norte-americano, por mostrar que os negros e hispânicos, de acordo com eles, se recusariam a cumprir as leis a eles impostas.


Em "Day of the Dead" ("Dia dos Mortos", 1985), a história se passa em uma base onde militares e cientistas vivem em constante conflito. Já não há quase nenhum sobrevivente ou notícias sobre o que está acontecendo no mundo.
Um dos cientistas, encarregado de descobrir o que acontece com os zumbis, acaba por tentar re-socializar em segredo um dos mortos-vivos. Bub, como é chamado o zumbi-cobaia, é completamente dócil, porém, com a descoberta da experiência, a fortaleza se torna um caos e os seres humanos é que passam a ser a principal ameaça.


Além desses três filmes mais famosos de George Romero, há também "Land of the Dead" (Terra dos Mortos, 2005), "Diary of the Dead" (Diário dos Mortos, 2007) e "Survival of the Dead" (2009, ainda não lançado no Brasil), porém, os filmes mais recentes não agradaram o público fã dos clássicos do diretor, mas ainda assim têm certas críticas pertinentes camufladas no terror dos mortos-vivos.

domingo

Fashion of the dead

A moda também traz alguns trabalhos que abordam temas relacionados aos Zumbis, como é o caso da estilista inglesa Katie Arie, que lançou para a coleção primavera/verão 2010 uma coleção baseada na anatomia humana com estampas realistas de órgãos e acessórios com formatos do esqueleto humano.

A Rodarte, em sua coleção de Verão em 2009, também apresentou peças que lembram a anatomia humana.



Já o Designer de jóias Tithi Kutchamuch criou um colar com pingentes que representam partes do corpo de um pássaro morto.

A artista japonesa Fumie Sasabuchi retrabalha fotos de editoriais de moda, transformando as modelos em zumbis fashion, dando um ar assustador, mas também sedutor às imagens.





Register of the dead

Uma das primeiras pessoas a relatar um caso de Zumbis haitianos foi a antropóloga Zora Neale Hurston. Em seu livro “Tell My Horse”, Hurtson conta a história de uma mulher chamada Felícia Felix Mentor, que teria aparecido em uma vila aproximadamente 30 anos depois de ser enterrada, causando tumultuo e histeria entre a população.






O antropólogo e etnobotânico Wade Davis também foi um dos poucos a pesquisar os zumbis haitianos.

Davis passou três de seus quatro anos de pesquisa viajando pelo Haiti.

Seu trabalho resultou em dois livros sobre os zumbis haitianos, "The Serpent and the Rainbow" e "The Passage of Darkness" nos quais é apresentada a teoria sobre a criação de Zumbis através de envenenamento.








Origin of the dead

Começa aqui meu caderno de processos, no qual registrarei toda a minha pesquisa para o trabalho de conclusão de curso. O tema por mim escolhido é o Zumbi, uma criatura fictícia também conhecida como Morto-vivo.


Os zumbis, na cultura popular, são seres humanos que, depois de mortos, são reanimados por radiação, substâncias químicas, vírus, feitiçaria ou pelas mãos de Deus. Não são dotados de inteligência nem autoconsciência, vivendo apenas por um instinto que os induz a matar e comer outros seres humanos. Os que forem mordidos por Zumbis são imediatamente infectados, se tornando um deles.


O surgimento dos Zumbis tem base no folclore haitiano, no qual acredita-se que feiticeiros de vodu roubariam a alma de uma pessoa, transformando-a em sua escrava, essas pessoas eram usadas geralmente para trabalhar em campos ou realizar qualquer outra tarefa deferida por seus senhores, sendo mantidos nesse estado “zumbificado” por meio de alucinógenos. Os zumbis haitianos, assim como na cultura popular, não possuem vontade própria nem inteligência, porém não apresentam perigo algum.

Existe uma teoria de que esses Zumbis podem realmente ter existido, eles seriam vítimas de envenenamento por uma porção contendo a toxina de um peixe nativo, ervas alucinógenas e restos humanos como ossos e pele. Essas porções causariam letargia temporária nas vítimas, ou seja, aparentavam estar mortas, levando-as a serem enterradas e, logo depois, desenterradas pelos feiticeiros.